Quando ouvi isto, confesso que a
frase “embelezou” minha tarde que se iniciava. Um homem estava junto ao carro
com problemas na via, foi abordado com um caloroso: “E aí? Tranquilo? Qué uma
ajudinha aí?”.
Percebi que algumas pessoas convivem mais com esta frase que outras, vai de acordo com o ambiente em que convive, mas a beleza da “ajudinha” é quando ela é gratuita, a ajuda pelo simples prazer de ajudar, e ajudar é sim um prazer.
A lei, constituição, deveres e direitos,
trazem ordem à sociedade, mas é tão bom saber que alguém vem me auxiliar sem
que eu precise assinar um contrato de direitos e deveres... Isto dá um tom de
que fazemos parte não de uma grande empresa mundial, mas de uma família
mundial, somos humanos, gente, pessoas, e pessoas não vivem somente de deveres
e direitos, mas de amizade e companheirismo também. E, além disso, acredito que
“ajudinhas” são questão de justiça, devo também oferecê-la a outros, pois a
vida me enche de “vai uma ajudinha aí?” Alguém poderá dizer que a vida não deu
tréguas, mas que ela lutou duramente por tudo o que teve... Aí eu pergunto:
“Será mesmo?”. É só levá-la a voltar no tempo ou a olhar melhor à sua volta,
sair um pouco da esfera em torno ao próprio umbigo, e perceber que a vida é
cheia de “ajudinha aí”, além disso, se não for por fazermos parte da mesma
família humana, onde fazer algo pelo outro é dever natural, ou virtude
adquirida, podemos e devemos ajudar gratuitamente os outros por questão de
justiça, pra devolver à vida todas as vezes em que, através das pessoas, ela
nos disse: “E aí? Tranquilo? Qué uma ajudinha aí?”
Marcia