30 de janeiro de 2013

Pílula azul ou vermelha?


Depois de assistir a essa matéria: 
fiquei pensando que há um risco grande de se dar mais importância ao status da relação nas mídias sociais do que a relação em si, é isso mesmo?


Por Alice

23 de janeiro de 2013

Que descolorirá


http://www.flickr.com/photos/soniamadruga/5199210061/in/photostream/



Na história que meu pai nos contava quando éramos crianças, eu era a flor mais velha de pétalas coloridas que mudavam de cor toda vez que aprendia algo novo.

 Um dia desses, estava pensando sobre a experiência das mudanças e me dei conta que ser “forasteiro” nos tempos de adaptação é como voltar a ser criança. A cada passo uma nova descoberta, um novo desafio.
O aprendizado de uma forma geral, não é algo fácil.  Exige querer aprender, exige esforço, mas muda as cores do mundo ou, pelo menos, as cores do olhar que temos do mundo.

 Agora, tenho para mim, que mais desafiador que ser forasteiro, é encontrar a lição que o cotidiano, na sua simplicidade extrema e repetitiva, tem a nos oferecer.
Buscar o singelo contraste das cores de cada dia, aparentemente iguais, é o desafio que garante a vivacidade da aquarela que compomos com a nossa vida...

Por Mari


16 de janeiro de 2013

Nas Fronteiras do Humano

viagem pelo Rio Moa

Eu hoje moro no Acre, numa cidade que fica no extremo oeste do Brasil, fronteira com o Peru. Não sei ao certo o motivo pelo qual vim parar nessas fronteiras, talvez porque nunca fui de fazer grandes cálculos acerca dos caminhos que tomo.


À experiência no norte atribuo boa parte da minha compreensão de mundo; o choque com o diverso amplia horizontes. Talvez por essa razão seja sempre tão bem humorada quando questionada sobre a existência do Acre, tanto pelos que só querem uma razão para se aproximar quanto pelos que não compreendem a opção por um lugar tão longínquo. Não é possível escrever em poucas linhas o que significa morar no Acre. Lidar com um povo que ri quando tem vontade independente de onde estiver, que conversa honestamente não só por palavras, mas principalmente por gestos. Os gestos são realmente o que fascina. Eu não concebia pessoas cuja expressão corporal não estivesse limitada pelas regras do ‘bom convívio social’. Incomoda um pouco a lascividade evidente, embora meu olhar treinado a reconheça mesmo nos ambientes mais formais (com mil aspas: civilizados).  Mas o incômodo é o que tange as fronteiras do que se pensa ser o humano e pode alargá-las desde que o olhar esteja disposto. No entorno da cidade sobrevivem populações indígenas, espremidas entre os interesses latifundiários e o desprezo dos citadinos, que anseiam pelo dito progresso, para o qual os indígenas são barreiras constantes. Um mundo ininteligível, penso eu. Seu riso, seu gestual, suas crenças... penso entender, mas sei que minha mentalidade ocidental os inventa, assim como eles devem me inventar – e isso Roy Wagner me esclareceu. Sei que não são mendigos à procura da redenção pelo homem branco, nem coisinhas lindinhas saídas dos livros para me satisfazer e impressionar. Penso que muitas vezes vejo, mas não enxergo culturas tão diversas, mesmo porque elas nem sempre, ou não tão rapidamente, dão a conhecer de forma clara os seus sistemas de verdades, de convívio social e de relação com a terra. Eis que novas fronteiras se interpõem e segue a vida em terras acrianas. 

Blenda Cunha Moura