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15 de maio de 2013

Limbo





No consulado americano do Rio, o rapaz que nos entrevistou não quis acreditar: O que vão fazer no Alabama?

Mais de duas décadas depois ainda estamos aqui em Birmingham, Alabama, sul dos Estados Unidos. A princípio tudo nos encantou. A quantidade de árvores, a vida calma tão diferente do Rio, o espaço das casas e apartamentos. Resolvemos ficar, aumentar a família, comprar uma casa.

Aos poucos fomos vendo que criar filhos no Alabama pode ser uma tarefa dantesca. Como formar pessoas de mente aberta, cidadãos do mundo, em uma terra onde impera uma mentalidade conservadora e pouco flexível? Afinal estamos falando do "Bible belt", um lugar onde o fanatismo religioso se mistura ao capitalismo e ao culto às armas de fogo.

Apesar das dificuldades isso foi acontecendo. Conhecer o mundo e outras culturas certamente ajudou. Descobrimos também que existem exceções à regra, que algumas pessoas pensam diferente e ousam fazer parte de uma minoria. Ter as suas próprias ideias nunca vai fazer de você a pessoa mais popular da escola ou da vizinhança, mas sem dúvida ajuda na formação do seu caráter e personalidade. E você pode usufruir do lado positivo. Pode sair às compras a qualquer hora da noite sem medo, respirar ar puro, ter um sistema de saúde e educação decentes.

Assim nos encontramos nessa espécie de limbo. Morando no sul sem sotaque ou mentalidade sulistas; nem completamente brasileiros ou americanos. Apesar dos prós e dos contras, está valendo a pena.

Por ZH

21 de novembro de 2012

A vida e suas escolhas


Muitas vezes rememoro passagens que parecem muito remotas como se fossem histórias antigas contadas por alguém, lidas em algum livro, vistas em um filme. Com surpresa, eu percebo que são lembranças do que eu vivi das minhas muitas vidas.

Lembro-me das cavalgadas ao lado do meu avô. Lembro-me da dedicação tentando tocar violoncelo (há tanto tempo que não toco... ). Lembro-me das aulas de dança, das aventuras subindo montanhas, ou da paixão que eu tinha pelos números, muitas coisas que não faço mais e muitas que provavelmente não voltarei a fazer.

Estas lembranças me levam a pensar em todas as possibilidades que eu tive na vida e nas muitas vidas que eu poderia ter tido. Foram estas possibilidades de aprender, de testar, de escolher e de amar cada momento que me conduziram até onde estou, com meu marido, com minha filha, com minhas novas escolhas e com minha infinidade de novas possibilidades.

Amo a liberdade de escolha e as possibilidades que a vida me deu.  Amo meu passado, meu presente e meu futuro. Amo os erros dos quais me arrependi e que me ensinaram que há sempre uma possibilidade de mudança, de fazer novas escolhas. Amo a trajetória que escolhi e que se renova a cada novo passo. E percebo a dádiva que é escolher, pois a minha vida é alimentada diariamente por minhas escolhas.

Por D.