- Ganhei uma rosa! Muito obrigada!
- Você vai voltar de carro para casa?
- Sim.
- É porque senão ela vai murchar...
Fiz aniversário faz algumas semanas. Eu sou do
tipo de pessoa que gosta de avisar que esta data está chegando. Qualquer
presente que ganhamos é uma lembrança, uma mostra de carinho, mostra que somos
importantes para alguém.
Fui atender meu primeiro paciente do dia e ele,
meio sem graça, me entregou uma linda rosa (comprada pela sua mãe, pois ele tem
apenas 6 anos).
- Onde está o cartão?
Ele perguntou (também tinha sido escrito pela
sua mãe, mas estava assinado por ele, com nome e sobrenome). Tinha caído no
chão.
- Muito obrigada!
Falei desconcertada, afinal, já tinham passado 2
semanas. Coloquei a linda rosa vermelha em um copo com água, para valorizar e
mostrar que eu gostei mesmo.
Ao longo daquela manhã, olhei muitas vezes para
a rosa. Fui atender minha última paciente e, como tinha feito com os pacientes
anteriores, chamei a sua atenção para a beleza daquela flor.
- Não acho!
Respondeu categoricamente.
- Por quê???
Perguntei espantada.
E ela me respondeu com toda a sinceridade que têm
as crianças:
- Porque você não me falou que queria ganhar uma
rosa de presente de aniversário? Eu que queria ter comprado para você!
Um desconcerto: será que para ela as flores são
únicas?
- Gabi, eu te prometo que te avisarei com
antecedência o dia do meu aniversário no ano que vem para você comprar uma rosa
bem bonita para mim.
Vou cumprir com o prometido, afinal, gostei
tanto de receber a rosa. Lembrei-me do Pequeno Príncipe e me senti cativada
pela simplicidade que têm as crianças e pela beleza daquela rosa, que realmente
é única.
Julia
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