13 de novembro de 2013

A Rosa


- Ganhei uma rosa! Muito obrigada!
- Você vai voltar de carro para casa?
- Sim.
- É porque senão ela vai murchar...
Fiz aniversário faz algumas semanas. Eu sou do tipo de pessoa que gosta de avisar que esta data está chegando. Qualquer presente que ganhamos é uma lembrança, uma mostra de carinho, mostra que somos importantes para alguém.

Fui atender meu primeiro paciente do dia e ele, meio sem graça, me entregou uma linda rosa (comprada pela sua mãe, pois ele tem apenas 6 anos).
- Onde está o cartão?
Ele perguntou (também tinha sido escrito pela sua mãe, mas estava assinado por ele, com nome e sobrenome). Tinha caído no chão.
- Muito obrigada!
Falei desconcertada, afinal, já tinham passado 2 semanas. Coloquei a linda rosa vermelha em um copo com água, para valorizar e mostrar que eu gostei mesmo.
Ao longo daquela manhã, olhei muitas vezes para a rosa. Fui atender minha última paciente e, como tinha feito com os pacientes anteriores, chamei a sua atenção para a beleza daquela flor.
- Não acho!
Respondeu categoricamente.
- Por quê???
Perguntei espantada.
E ela me respondeu com toda a sinceridade que têm as crianças:
- Porque você não me falou que queria ganhar uma rosa de presente de aniversário? Eu que queria ter comprado para você!
Um desconcerto: será que para ela as flores são únicas?
- Gabi, eu te prometo que te avisarei com antecedência o dia do meu aniversário no ano que vem para você comprar uma rosa bem bonita para mim.
Vou cumprir com o prometido, afinal, gostei tanto de receber a rosa. Lembrei-me do Pequeno Príncipe e me senti cativada pela simplicidade que têm as crianças e pela beleza daquela rosa, que realmente é única.



Julia

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