Quando tinha cinco anos mudei de cidade pela primeira vez. Ano que tem faz dez anos que moro longe da minha família. Lembro do sofrimento que era no começo: um chororô a cada despedida, um chocolate a cada saudade. Dizem que o tempo cura tudo, e eu achava que esses 10 anos tinham me curado. Tinha essa ilusão de desapego, de é assim, fazer o que?, de o mundo é muito grande pra se passar a vida num lugar só mesmo...
Algum tempo atrás minha cunhada se mudou de repente. Eu achando que viver era ganhar horizontes e descobri que tinha raízes. Percebi que apesar de ela nunca sair comigo (ô menina atarefada!) eu queria poder continuar chamando. Quando arrancam uma raiz, o buraco que fica no chão é muito grande e a gente cai. E eu, antes valentona, chorei, regando-me e aprofundando-me ainda mais na terra.
BM
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