Bom,
creio que tudo tenha começado pelo meu nascimento. Em 1984 nasce a filha de um
casal com raízes um tanto quanto diferentes. Ele descendente de italianos e ela
de alemães com paraguaios, mas os dois com uma coisa em comum, super mães -
aquelas que cozinham, costuram, cuidam, lavam, passam - verdadeiras donas de
casa. E a tradição era: sábado almoço com a família na casa da minha avó
paterna e domingo na casa da avó materna.
Sábado significava diversão - pois sabia que minha avó colocaria
um banquinho em frente ao fogão e lá estaria eu mexendo polenta, ou chegaria e
ela estaria na sua produção de macarrão e eu iria esticá-los pela casa. Domingo
era a certeza que iria me deliciar à mesa, comer a tão especial farofa doce, o
tortei com molho vermelho, a sobremesa de suspiro, ou até mesmo o sorvete
napolitano com calda de caramelo Kibon.
E o amor pela comida me pegou pela boca. Nada como ter um garfo
e uma faca na mão. O prazer em comer foi se evidenciando a cada ano, com isso
os quilinhos a mais também foram aparecendo. Aprendi direitinho com minhas avós
o básico. E como o amor por comer é compartilhável, na adolescência já colocava
meus ensinamentos em prática. Me reunia com minhas amigas e cozinhava para
elas, minha especialidade era Fondue e os encontros acabavam sempre com muitas
gargalhadas.
Comecei a conhecer o mundo e apreciar ainda mais a comida. Tinha
vontade de comer coisas diferentes, e a curiosidade de aprender a fazer isso ou
aquilo foi crescendo dentro mim até eu decidir levar esta brincadeira a sério.
Foi uma paixão avassaladora - fazer a comida e comer depois, era simplesmente
uma experiência extraordinária. Virou profissão e junto com isso a paixão
amadureceu para um verdadeiro amor.
Hoje nada me faz mais feliz que colocar uma expressão de prazer
no rosto de uma pessoa por estar comendo uma comida que a faz lamber os dedos,
raspar o prato ou pedir bis.
Por Clarice G.
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