10 de abril de 2013

Um Amor que passou dos talheres e foi parar nas panelas



Bom, creio que tudo tenha começado pelo meu nascimento. Em 1984 nasce a filha de um casal com raízes um tanto quanto diferentes. Ele descendente de italianos e ela de alemães com paraguaios, mas os dois com uma coisa em comum, super mães - aquelas que cozinham, costuram, cuidam, lavam, passam - verdadeiras donas de casa. E a tradição era: sábado almoço com a família na casa da minha avó paterna e domingo na casa da avó materna.
Sábado significava diversão - pois sabia que minha avó colocaria um banquinho em frente ao fogão e lá estaria eu mexendo polenta, ou chegaria e ela estaria na sua produção de macarrão e eu iria esticá-los pela casa. Domingo era a certeza que iria me deliciar à mesa, comer a tão especial farofa doce, o tortei com molho vermelho, a sobremesa de suspiro, ou até mesmo o sorvete napolitano com calda de caramelo Kibon.
E o amor pela comida me pegou pela boca. Nada como ter um garfo e uma faca na mão. O prazer em comer foi se evidenciando a cada ano, com isso os quilinhos a mais também foram aparecendo. Aprendi direitinho com minhas avós o básico. E como o amor por comer é compartilhável, na adolescência já colocava meus ensinamentos em prática. Me reunia com minhas amigas e cozinhava para elas, minha especialidade era Fondue e os encontros acabavam sempre com muitas gargalhadas.
Comecei a conhecer o mundo e apreciar ainda mais a comida. Tinha vontade de comer coisas diferentes, e a curiosidade de aprender a fazer isso ou aquilo foi crescendo dentro mim até eu decidir levar esta brincadeira a sério. Foi uma paixão avassaladora - fazer a comida e comer depois, era simplesmente uma experiência extraordinária. Virou profissão e junto com isso a paixão amadureceu para um verdadeiro amor.
Hoje nada me faz mais feliz que colocar uma expressão de prazer no rosto de uma pessoa por estar comendo uma comida que a faz lamber os dedos, raspar o prato ou pedir bis.

Por Clarice G.


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