7 de novembro de 2012

A Cura




Que encanto manter a memória leve, lenta para a ira
Que graça poder andar sem rancor
Feliz do homem que não altera o seu itinerário movido pela ira
Nem se lança ao dia com a vingança no peito
Porque o amor “é forte como a morte”, diria o sábio
E o perdão daquele que sabe amar,
Forte como a luz que não se pode reter
E quente, como os raios do sol que o mundo ilumina
Que as geleiras derrete,
Que as paisagens modifica revelando ao fim uma beleza incomparável
Afortunado é aquele que ama mais
Que perdoa antes do amanhecer
E que vê na lágrima, uma estrela
Se afia com sua luz e se enfeita
Feliz do homem que lava o rosto com as águas dos seus olhos
Pois elas removem as marcas da noite
Aliviam o coração e preparam para a luz da aurora
Feliz aquele que persegue o perdão
Atributo indispensável do amor
O perdão passa pela memória profunda
Mas o amor encobre, encanta até o mar
Perdoar é vitoriar-se do deixar passar
E ir andando...
Vingar-se é entrar de braços abertos num rio traiçoeiro
É levar no peito um hino fúnebre
Lançar o coração na escuridão da morte.

Luana Borsari

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