Olhou com ojeriza para a comida, era gourmet, mas cheirava a morte, assim como
todo o resto em volta.
A vida que outrora lhe parecia fácil e alegre tomou ares de farsa.
Palavras lançadas ao vento.
Pequenas decepções cotidianas.
Perdas.
Traições.
Desânimo.
Fraqueza.
Perdera o tempero...
Abriu o livro e leu a dedicatória:
“Ser teu pão, ser tua comida e todo o amor que houver nessa vida.”
Um sentimento de gratidão a inundou.
Sentiu-se forte para recusar a valsa dos mortos-vivos que a circundava e
renovou seu desejo de se fazer, também, alimento.
Sophia
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